quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Navegar é preciso, viver não é preciso.


Obrigada por constatar, consagrado poeta, se você não me diz ... que de mim seria?
Fique sabendo o senhor que isso é uma grande merda.
Se viver fosse preciso eu me casaria por volta dos trinta e teria dois filhos, um menino e uma menina.
Se viver fosse preciso eu me formaria aos 20 nessa faculdade e aos 21 estaria cursando economia.
Se viver fosse preciso eu conheceria os amores da minha vida toda vez que eu precisasse de um.
Se viver fosse preciso seria só sexo e pronto.
Se viver fosse preciso meu cabelo cresceria mais rápido e acabaria com essa angústia que me cerca há uns 3 anos ou mais.
Se viver fosse preciso eu saberia a hora certa de parar, em tudo. Parar de beber, parar de gostar e de gastar, de confiar, de sair, parar de brincar, de falar, de chorar também e de reclamar.
Se viver fosse preciso eu também seria  fotógrafa e modelo e escritora e economista e professora.
Se viver fosse preciso, navegar pra que?
O senhor não já sabe o que eu quero ?
Eu quero viver solitária cheia de graduações e constituir uma família.
Um namorado e também ir à festas open bar da facul com a galera nice.
Quero fazer um intercâmbio, ser mochileira, ter um apartamento, uma casa grande e com varanda, porque eu gosto do interior e da cidade grande.
Quero calmaria e tempestade.
Por que que viver não é preciso ?
Com essa vidinha que eu tenho, com essa única, vou conseguir navegar tudo isso?
É justo, poeta ?
O senhor acha?
Nem uma pitada de precisão pra facilitar meus precisos?

Não?
Então tá, é melhor eu ir dormir, já estou há bastante tempo na internet e você é cabeça dura demais.

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