segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Um suco de laranja sem açúcar, por favor.

Se eu pedir com açúcar o ciúmes passa?

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Sem teatro VI

Na verdade, vou ficar muito bem com ele, caso eu ficar.
Renunciarei algumas coisas das quais aprecio muito agora, já estou sabendo.
Você não é uma delas, quero dizer, das coisas a renunciar.
Você vai ficar bem aí também.
Com quem quer que esteja.
Acredito piamente que estaremos juntos, sem prazo de validade.
Tenho a impressão de que tivemos muita sorte, as vezes.
Ninguém nos entende de verdade, além de nós mesmos, ou nem nós.
Nosso romance tem a ver com o gênero textual iniciado por Dom Quixote De La Mancha.
Nada sobre relações carnais entre homens e mulheres.
Nosso romance tem a ver com a estrutura.
Esteve instável durante o ano, mas esteve aqui o tempo todo.
De um jeito, ou de outro.

Obrigada por tudo, a companhia que me faz é só sua, não há, de fato, ninguém como tu no mundo.

As coisas não precisam de você, quem disse que eu tinha que precisar?

Cabeça vazia não para em pé.

Se parasse a gente não pensava tanta bobagem nas férias.
Ou não dormia tanto.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sem teatro V

A vida me arrumou um bom Dexter,  achei que vocês deveriam saber.

Memento vivere.

Sobre este ano que vos passa.
Na verdade, mudou muita coisa.
Algumas coisas nem tanto, meu quarto será bagunçado pra sempre, isso eu prometo à minha mãe e à minha tia dinda.
Eu cresci um pouco e aproveitei bastante.
Fui fazer faculdade.
Passei muito frio e calor no busão .
Aprendi a dirigir.
Fui à várias festas.
E a bons shows também.
Conheci muita gente boa, de coração bom.
E é sobre bons corações que esse texto devia falar.
Tem gente que perde a esperança, mas não pode perder.
Se não, a gente se perde.
Viver tá cada dia mais foda.
Tem muita gente que mata.
Mas tem bastante, talvez até menos, mas tem ... de gente salvando vidas por aí.
Tem gente que rouba.
Só que tem gente que devolve, quando acha o que não lhe pertence.
Nesse mundo, tem todo tipo de gente.
O ideal seria se a gente fosse essa gente que a gente quer tanto esbarrar por aí.
Era sobre bons corações que esse texto devia falar, mas não falou.

Fico devendo um texto melhor.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

E agora, José?

Mãe, estou apaixonada.
Estou apaixonada diferentemente de como estive ontem.
Também de como estou o tempo todo apaixonada por alguma coisa.
Algumas paixões vem e vão embora.
Outras vem e não vão.
É importante que as que foram tenham vindo um dia.
Também que as que estão vindo, fiquem.
A gente não pode esperar pra ser feliz daqui a pouco, porque daqui a pouco que é bom.
Daqui a pouco nunca foi bom.
Não vai ser agora que vai ficar.
Por falar em agora, agora é bom.
Agora que é bom pra ser feliz.
Que foi que estive fazendo dos meus agoras de antes?

Esperei-os virarem daquis a poucos.

Eu estava para arrumar o meu quarto, liguei o computador para escrever.
Mas não escrevi.
Nem arrumei meu quarto.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Sem teatro III

-Não é você, sou eu.

(De fato, sou sempre eu)

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O tapa na cara que ganhei do garoto.

Hoje é segunda.
As pessoas costumam reclamar das segundas.
Logo, reclamo eu.

A prefeitura distribui leite às segundas.
O ponto costuma estar mais lotado às segundas.
Hoje, havia garoto de onze anos lá.

...

Esbarrei no garoto sem querer, desculpei-me e ele também.
Ele me disse seu nome, perguntei o dele.
Ele me disse que meu nome era lindo.
Eu me chamo Thaís, com acento e com agá.
O garoto me alegrou muito, mais que aquele outro que ia à terapia dia desses.
E não foi porque elogiou meu nome.
Ou pela maneira engraçada que me chamara de senhora.
Ele torcia para o São Paulo, disse-me que era o time do nosso país.
Expliquei-o que São Paulo era o nosso estado.
Retrucou-me que então era nossa capital.
Repeti que São Paulo era nosso estado e a capital dele ganhou o mesmo nome, nosso país era o Brasil e rapidamente ele gritou:
-Brasília! Brasília é a capital, não é? Eu pego leite de segunda e de quinta. Caiu? - enquanto apontava para o meu celular- Acho que dá para arrumar. Pego leite pela carteirinha da minha tia e da minha mãe. Da minha mãe que é deficiente.
-Como assim? Deficiente.
-É, ela anda de bengala. Tomou uma injeção errada no postão. Às vezes ela passa mal e eu chamo a minha vizinha, ela sempre cuida da minha mãe. Ela me pede para ligar para o meu tio, que na verdade é meu padrasto, eu que chamo de tio, eles vão ao hospital e eu nunca sei o que acontece lá, mas acho que ela melhora.
- E você ajuda à sua mãe em casa?
- Sim, eu e minha irmã de treze anos, minha mãe fica fraca direto. Estão na justiça, a injeção foi em 2008, parece que a enfermeira fez de propósito.
-Você estuda aqui perto?
-Sim e moro do lado da escola, quer sentar tio ?
Esse tio tinha um nome, só não me lembro mais. Na fila do leite, são sempre idosos. Desse vez tinha esse garoto, não sei onde ele esteve as outras segundas, todos da fila o conheciam, era como se ele fosse o mascote ou a luz daquele ponto.
Foi nesse dia tão bonito e quente que está hoje que ganhei um tapa na cara enquanto alimentava o meu mau humor.
Daniel me bateu com aquele sorriso.
Ele estava mais feliz do que eu.
Era como se ele encontrasse mais motivos para sorrir e menos para reclamar.
E eu só sei reclamar.
Ele não era nenhum coitado. Muito longe, bem longe disso.
Me contou mais coisas e enquanto nos conhecíamos, eu rezava para o meu ônibus atrasar.
Fiquei pensando nele o dia todo.
Mas não era porque ele ajudava à mãe em casa.
Era porque ele era feliz.
Parecia estar tudo bem e de fato estava, acordar cedo às segundas e quintas para buscar leite e bater naqueles velhinhos e na moça rabugenta toda vez que sorria.

A gente gasta muito tempo reclamando, mas Daniel só queria pegar seu leite.


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sem teatro II

" ...
- Oi, liguei para saber como tas.
- Estou bem e tu?
- Também, naquelas.
- Sinto sua falta, bastante, todos os dias.
- Eu também sinto a sua, sempre.
- Comecei a sair com uma garota esses dias, ela me disse que ainda gostava você, eu não disfarço.
- A gente é pra sempre, só não somos pra agora. Vamos ficar bem. Você aí e eu aqui. Cada um com seu sonho, talvez um dia eles tornem um comum. Talvez nunca. É bom saber de você.
..."

Esse é um trecho da história de um amor que não é o meu.
Não sei muito sobre ela, mas deve ser algo muito próximo do que foram Dex e Em.
Acordei angustiada, sou uma Em sem Dex.
E não deveria pegar o papel de Sophie nessa peça.
Esse é um trecho da história de um amor que não é o meu.
Esse é um trecho da história.
De um amor que não é o meu.
Não haverá Sophie.
Porque só quero se o papel de Em for meu.
.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Sem teatro I

Eu sou uma farsa.
O meu cabelo.
O que digo.
Eu não estudo tanto quanto vocês pensam.
E nem me sinto tão bonita.
Isso é tudo enganação.
Mas estou querendo enganar a quem?

domingo, 3 de novembro de 2013

Tinha um macaco.

Ora, tinha um macaco na cozinha.
Um macaquinho mesmo.
Deu trabalho para tirá-lo da cozinha.
Deram-no comida.

Ora, tinha um macaco na cozinha.
O que ele fazia na nossa cozinha?
A partir de agora a porta será mantida fechada.
Vai que o tal macaquinho invade o nosso espaço.

Ora, tinha um macaco na cozinha.
Ele foi tirado de lá.
Ele tinha fome e não tinha espaço.
Quanto atrevimento daquele macaco.

Depois tinha um macaquinho no poste da esquina.
Tinha um macaquinho no poste de concreto da esquina.
O que fazia o macaquinho no poste de concreto da esquina?
Ele também tinha fome, não deram-no se quer uma banana.
Mas por que estava lá? Porque não tinha espaço.

Também não tinha espaço para quem pode pagar por ele.
Desmataram a casa dos macaquinhos, o da cozinha e o do poste.
No lugar vão fazer um condomínio.
Cheio de e$paço e de comid@.

Só que os macaquinhos não podem pagar.
E esse não é o fim do mundo.
Tem sido o fim da gente.
Dessa vez foi com os macacos.

Lembranças do Sapiens Sapiens-Tupi.



sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Ei, Estranho!

Sente, vamos conversar.
Preciso te contar, Estranho, de onde é que eu vim e o que foi que fiz do meu tempo.
Do meu tempo até aqui.
Veja, Estranho.
Queria que numa tarde só você soubesse quem sou eu.
Insanidade.
Não dá, Estranho.
Você não saberia quem sou numa tarde.
Mas não se esqueça, Estranho.
Você tem de saber quem sou.
Vamos nos dar um tempo, Estranho.
Esse tempo, o de agora.
Para desestranhar.

Estranha.

Os meus pés.

Dos meus pés eu gosto.
Sabe, às vezes eu penso.
Eu penso mesmo, às vezes.

Dos meus pés eu gosto.
Da cicatriz do balanço de madeira que vendia na rodovia.
Do tempo que meu pai era vivo, que ele fumava enquanto me via crescer.

Dos meus pés eu gosto.
Das minhas unhas irregulares, sempre com o mesmo esmalte.
Da renda para a francesinha, da francesinha para a renda.

Dos meus pés eu gosto.
De saber para onde me levaram e, principalmente, para onde é que vão me levar.
Porque dos meus pés eu gosto.

Eu gosto dos meus pés.
Eu gosto de pés.
Da liberdade dos pés.

Da invenção do chinelo.
Os meus pés.
A minha história.
Sufocada no tênis masculino que comprei no mês passado.

São os meus pés e onde eu fui.
Estão os meus pés, ora para o teto, ora para chão.
Porque são meus pés.
Os pés são meus.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Porque eu mudo de ideia como troco de roupa.

Não que nada tenha sido ruim, de fato.
Não, não mesmo.
Mas vamos recapitular o plano, não sei.
Mudei.
Não quero.
Gostei.
Me ligue ou não.
Responda-me, então.

Esse domingo foi meu.

domingo, 20 de outubro de 2013

Vou fazer um rodízio de ouvintes pra que eu possa não parar de falar em você e ainda ter amigos.
Eu sinto uma necessidade de contar a eles o quanto gosto de nós. 
Eles tem que saber o quanto a gente combina.
E você não é o último romântico.
Nós nem seremos um casal.
Ficamos muito bem juntos, sabemos disso.
As pessoas mal-humoradas do metrô também.

- Existe alguma parte do seu corpo que eu ainda não beijei?
- Não.

É sempre muita pretensão da minha parte.

Eu sou mesmo mal agradecida.
E seria ridículo eu dizer que foi por você que me afastei, foi por mim, foi por mim também.
A pessoas são movidas pelo egoísmo, você também tem o seu.
Depois daquele domingo pensei, pensei o tempo todo, enquanto dirigia até em casa, enquanto ia à faculdade.
E o vinho, o vinho me assustou.
Eu nunca quis que criasse expectativas e te pedi, várias vezes.
Me senti mal.
Te dei as expectativas.
Você me ouvia quando te disse ser falha?
Eu te disse.
Eu sempre te devi uma conversa, até pensei em te chamar.
Mas aí eu diria o que ?
Diria que foi mal ?
Foi mal ?!
Ora, faça-me o favor.
Nós nunca fomos de todo uma sintonia.
Você sempre esteve um passo a frente.
Eu, dois para trás.
Nós não devíamos termos beijado.
Eu não pretendia um romance.
Não estou preparada para falar sobre isso.
Só que eu precisava cuspir isso em algum lugar.
É uma confusão, é uma confusão desde aquele domingo.
E é direito seu querer me mandar tomar no cú.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A visão de quem não estudou foi nada.

Olha, eu virei gente grande.
Gente grande dessas que dirigem, usam óculos, frequentam uma faculdade.
Depois de ter virado gente grande, tipo do nada, algumas coisas ficaram ainda mais curiosas.
Na época do colégio havia o que eu concordava e o que não. Agora, ao que tudo indica, preciso me posicionar, ou sou esquerda, ou sou direita e a respeito disso não sei muito além do fato destes termos terem surgido na Revolução Francesa.
Logo, eu não tenho respostas, são só explicações e das mais superficiais.
Ouvi meu professor de economia dizer outro dia que pra a gente defender alguma coisa precisamos ter convicção e eu não tenho.
É por isso que tenho ido a todos os debates, pra ouvir de quem estudou tudo aquilo que eles acreditam. Mesmo assim, eu sempre quis dizer, e nunca verdadeiramente disse, que os dois lados são intolerantes, só que prefiro a intolerância esquerdista.
A produtora do documentário ("O golpe de 64 contra o Brasil ", que aliás eu recomendo) exibido essa semana na faculdade falou: "esses termos, direita e esquerda, não devem ser relacionados a quem está no poder e quem não, mas sim nos valores pregados por cada um ..."
A minha posição ainda não existe e pode nunca existir, só que até agora a esquerda está mais bonita mesmo, ouvi dizer que ela busca melhorar as condições de quem produz os excedentes e não de quem se apropria deles, ouvi dizer que ela escuta mais o pobre, a mulher, o homossexual, o negro, o branco, o azul, o cor de rosa e o verde-água. Parece que ela presa pela igualdade e não pelo socialismo, como tanta gente ainda mais ignorante que eu costuma gritar por aí.
Então entenda, se a direita acredita que as coisas devem ficar como estão porque estão boas assim, mesmo sem estudar muito, não sei se quero ficar do lado deles, não faz sentido não querer mudar as coisas, ainda que se corra o risco delas mudarem para pior.

P.S.: Me desculpe se te fiz ler muita groselha, mas não quis terminar um doutorado para poder dizer o que penso.

domingo, 22 de setembro de 2013

La double.

"Amor platônico é qualquer tipo de relação afetuosa ou idealizada em que se abstrai o elemento sexual, por vários gêneros diferentes, como em um caso de amizade pura, entre duas pessoas. Amor platônico também pode ser um amor impossível, difícil ou que não é correspondido ...
Para o filósofo grego Platão, o amor era algo essencialmente puro e desprovido de paixões, ao passo em que estas são essencialmente cegas, materiais, efêmeras e falsas. O amor platônico, não se fundamenta num interesse, e sim na virtude. Platão criou também a teoria do mundo das idéias, onde tudo era perfeito e que no mundo real tudo era uma cópia imperfeita desse mundo das idéias. Portanto amor platônico, ou qualquer coisa platônica, se refere a algo que seja perfeito, mas que não existe no mundo real, apenas no mundo das idéias ... "

Eu sonhei com você esta noite, não uma vez, várias, em todos os sonhos que me lembro ter tido. Uma vez sonhei que nos beijávamos, mas não parecia real, minha mente se esforçou e criou outros sonhos em que éramos de verdade, eu via que era, sentia.
Isso é consequência de te ter por perto, de te/me visitar, tomar algumas, colocar o papo em dia e te abraçar.
Isso é consequência de eu transformar seus defeitos em maravilhosas qualidades e concordar com tudo o que você diz . Leio todos os livros que me pede pra ler, assisto todos os filmes que você grava pra mim e até os que não grava, assisto todos, repetidas vezes. Ouço suas músicas, o que fica fácil, com esse seu acervo tão limitado, eu tento melhorá-lo.
Isso é consequência de eu querer ser o/do seu mundo, mas no seu mundo só há você além de si mesmo.
Isso é consequência de você ser assustadoramente lindo e impecavelmente inteligente. As suas mãos são bonitas, assim são seus olhos e seus cabelos, estes vão cair com o tempo.
Isso é consequência de eu acreditar que sempre vou te encontrar na padaria ou no sacolão ou no trânsito ou no shopping que frequentamos, eu sei suas lojas preferidas, você conhece as minhas.
Isso é consequência da minha distração, aliás, minha distração que é consequência disso. Desse negócio que você não sabe que faz quando some e aparece. E que bom que reaparece. E que pena que reaparece. 
Isso é consequência de eu amar você, gostaria de pedir que não se sinta mal por essas verdades, quando se ama alguém, esse ser deixa de ser quem é em verdade para quem o ama, a verdade passa a ser o que o ser amante pegou pra si. Você sabe o quanto é difícil discernir os dois mundos, não sabe?
Isso é consequência de eu amar você.
E eu te amo desde a quarta-série.
P. S.: Me leve para passear como nos velhos tempos? I won't make a move, dentre as mais torturadoras certezas eis mais uma: nós jamais seremos um casal, nós podemos ser uma dupla, somos mesmo uma bela dupla, mas ambos sabemos que seríamos uma merda como casal, ainda que não encontremos nada até os 30, você lembra? Não fomos feitos para ser um casal. Somos dupla. E não precisamos lembrar meu coração disso, se a razão já ficou, antes de você, careca de saber. 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

O palestrante.

Ele dizia: " Nós estamos falando de bilhões "
E eu pensava: " Será que ele acredita que eu entendo bem qual a diferença? "

E pensei mais coisas, pensei, por exemplo, em quanto a mim números não fazem sentido.
O discurso é sempre: " Não sei quantos por cento fazem isso e não sei quantos por cento aquilo ..."
Pra ser sincera, tenho problemas com estatísticas e por hora não me refiro à componente da minha grade curricular na faculdade, que comigo vive em relação de desamor.
É que costumo ler aquelas placas da prefeitura falando do valor gasto em reformas como: "Muito dinheiro público gasto nessa obra e muito desvio nas notas fiscais com certeza, porque não consigo enxergar tanto investimento nisso aí."
E aquelas outras na frente das empresas que dizem quantos dias estão sem acidentes, normalmente me informam: "Há muitos dias ninguém se machuca."
Não memorizo números, nem datas.
Essas coisas só me impressionam e apressadamente as esqueço.
Na verdade, não me importo muito com números, principalmente com os que não me interessam diretamente, aqueles não se referem à minha conta bancária sempre vazia, apenas reconheço sua importância e é só.
Quando as pessoas me dizem pela manhã o quanto a Apple faturou esse ano ou quanto o Eike Baptista perdeu de sua enorme fortuna, eu me impressiono. À tarde, sou incapaz de citar quaisquer valores em uma conversa.
Do palestrante, absorvi que, além de ser premissa básica de adulto descolado brincar que suas mulheres batem neles, estou fazendo uma graduação diretamente ligada aos números dos outros e que para o bem da minha integridade mental, preciso continuar estudando, pra que eu possa fazer o que eu sempre quis que é dar aulas e aí só me importar com os meus números ou os números que verdadeiramente me interessam.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Talvez se chame Maria, talvez se chame João.

As pessoas andam cansadas,
cansadas porque esperam.

Esperam o ônibus, o horário de almoço, o dia do pagamento, mudar o tempo e a sorte.

As pessoas andam cansadas,
cansadas porque carregam pesos.

Carregam pesos de bolsas, de sacolas de mercado, de livros, de instrumentos e de consciência.

As pessoas andam cansadas,
cansadas porque querem.

Querem dar o melhor aos seus filhos, querem dar o melhor a si mesmos e aos seus pais.

As pessoas andam cansadas,
cansadas por trabalharem.

Trabalharem em casa, para elas e para os outros, com remuneração e de graça.

As pessoas andam cansadas,
cansadas por perseguirem.

Per seguirem seus sonhos e é esta a razão do cansaço, da espera, do peso, do querer e do trabalho.

Essas pessoas já sabem disso, ela talvez se chame Maria e ele talvez se chame João.



terça-feira, 20 de agosto de 2013

"Eu perco o chão
 Eu não acho as palavras
 Eu ando tão triste
 Eu ando pela sala
 Eu perco a hora
 Eu chego no fim
 Eu deixo a porta aberta
 Eu não moro mais em mim...
 Eu perco as chaves de casa
 Eu perco o freio
 Estou em milhares de cacos
 Eu estou ao meio
 Onde será
 Que você está agora?"
 Adriana Calcanhotto

Eu fui rejeitada.

Eu fui rejeitada pela chuva, que não veio aquele dia.
E fui rejeitada pelo tempo, que engole tudo o que é meu.
Rejeitada pela sorte, que levou meu pai de mim antes mesmo de ter falecido.
Também pelo ônibus hoje cedo, que passou sem que eu já estivesse no ponto.

Eu fui rejeitada pelos meus genes, que não me deixam meu cabelo e nem meus seios crescerem.
E fui rejeitada por aqueles pseudo-intelectuais, que não me deram chance de gritar o que sei.
Rejeitada pelo vento, que me despenteou ao entardecer.
Também pelo rapaz, que pegou meu número e nunca ligou.

Eu fui rejeitada pela universidade, que, por décimos, no processo seletivo me desprezou.
E fui rejeitada pelo meu ex-namorado, que se encarregou de me desapaixonar.
Rejeitada pelo meu chuveiro, que ficou gelado enquanto ainda tinha shampoo.
Também por você, que não responde minhas mensagens tentando me dopar que a operadora está ruim.

Eu fui rejeitada pelo sol, que aqueceu o asfalto e a areia enquanto me desidratava n'outro verão.
E fui rejeitada pela arte, que não me concedeu qualquer talento.
Rejeitada pela tecnologia, que só se desentende comigo.
Também pelo sono,que se despede toda vez ao me deitar.


domingo, 18 de agosto de 2013

Ninguém é de todo completo.

Eu não sei, dentre tantas colocações existe uma que me assombra.
Sempre.
É essa coisa de ser da natureza humana a insatisfação.
Vejo mais como uma faca de dois gumes.

Breve pausa:

Quando eu era criança achava que fosse "faca de dois legumes", vai entender. Como é que uma faca só serviria para dois legumes?
Com o passar do tempo descobri o que é faca de dois gumes ouvindo Engenheiros.
Do Yahoo Respostas : Algo que representa coisas boas e ruins. Algo que acarreta fatores positivos e/ou negativos.

Recapitulando

Ora, por um lado, fala-se daquilo de perseguir objetivos, não se saciar com pouco, abaixo estagnação.
Por outro, tem-se o reclamar de barriga cheia, fracassar no caminho, não ter oportunidade$ e tempo (que aliás, falando assim, parece até pleonasmo)

Até onde é bom mesmo ser da natureza humana a insatisfação?

Até onde é bem ruim a ignorância?

Reticências 

Ou, como li em algum lugar que dizia ser do Mário Quintana, a representação dos três primeiros passos para o pensamento que continua por contra própria seu caminho.

domingo, 4 de agosto de 2013

Meio grau de astigmatismo.

Era a moça que ficara lá, dentre as penas brancas ou fibras de algodão.
Era a moça que vinha sempre, quando qualquer música tocara.
Era a moça que o tirara o sono.
Era a moça que o fizera rir.
Era a moça que o dera um beijo.
Era a moça.
Era a moça que o tirara do sério.
Era a moça que ... ah, era só a moça.
Era a moça que se destacara.
Era a moça que o fizera um sanduíche.
Era a moça que o pedira para calar-se.
Era a moça que o dissera para seguir.
Era a moça que o pusera para dormir.
Era a moça incoerente e contraditória.
Era a moça que o desconcertara.
Era a moça que o deixara ir.

E depois de certo tempo, ele foi.


20 utilidades para um cartão telefônico.

1- Serve para colecionar.
2- Encurtar uma distância, geralmente de 1.699 km, o que é daqui até a cidade da minha vó no sul da Bahia.
3- Passar frio.
4- Aqueles com muitas unidades, passar raiva. Afinal, e a espera ?
5- Organizar fileiras de drogas, só escrevi porque já vi em filmes.
6- Para dar utilidade àqueles orelhões decorados da Paulista, que aliás deveriam agora ser dotados de carregadores para smartphone.
7- Antigamente, num passado obstante, para gerar lucros. Atualmente, para falir.
8- A sua ausência, gera ligações com o prefixo 9090, assim sendo, serve para evitar contas milionárias de telefone.
9- Para brincar, fingir que é de crédito. Irônico, já que a este ponto não é nem de unidades.
10- Para cortar.
11- Salvar uma vida.
12- Passar um trote.
13- Perder.
14- Achar.
15- Demonstrar afeto.
16- Matar saudade.
17- Pedir um taxi.
18- ...
19- E pra mais nada. Quem ainda usa isso ?
20- Tenha uma boa noite.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

quarta-feira, 31 de julho de 2013

sábado, 27 de julho de 2013

Não permita o desperdício.

Eu queria dizer que, na verdade, todo mundo tem um pouco da gente.
Estava pensando sobre os meus amores.
Eu não acredito muito naquilo de tampa pra panela ou pra cada panela sua tampa.
Nem laranja de metade ou metade da laranja. Fusão perfeita, nada disso.
Eu acredito mesmo nessa coisa da partilha, sabe?
Entenda amores, como todo tipo de amor.
Com minha mãe, por exemplo, converso sobre quase tudo, salvo tatuagens.
Já tatuagens, tenho uma amiga fanática por elas, mas com esta não discuto política.
E política discuto com outra pessoa, com a mesma não papeio sobre sexo.
Com quem converso sobre sexo, jamais estudaria INCOTERMS.
INCOTERMS apenas com o pessoal da faculdade.
E ainda sobram música, religião, a porra no fanatismo (do qual não concordo com nenhuma vertente), filmes, programas de tv, o clima, livros, moda, meu chinelo de couro, comida, outros planetas e mais muita coisa.
Sei que esta minha comunicação está em círculos e ficou bagunçado explicar onde quis chegar com mais esse rabisco. E mesmo sem exatidão, eu queria expor que, apesar de não concordar com todo mundo, o que é, aliás, recíproco. Nessa nossa vida precisamos delimitar que tipo de paixão temos em comum, percebe?
Antes de repudiarmos alguém.
Assim sendo, não faz sentido algum falar sobre tatuagens com a minha mãe, é evidente que ela é contra. Não por isso, vou deixar de narrar meu eventos corriqueiros ou minhas inseguranças. Muito menos deixar de gostar dela devido à esta divergente opinião.
Neste ponto, haveria talvez a necessidade do que os professores de português devem chamar de pleonasmo vicioso, repetição de ideia e tal, mas não confiem em mim.
Todo mundo tem um pouco da gente.
Da gente, todo mundo tem um pouco.
E pega um pouco e deixa um pouco.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mas e daí?

Your time is up.

Vargem Grande Paulista, 6 de julho de 2013 (1:37 da manhã)

Vocativo,

Uma professora de artes no primeiro ano do colegial me disse que quando a ideia vem precisamos registrá-la ou esta se vai, não porque a esquecemos, mas porque ela se altera. Amanhã vou de zumbi à aula de cfc e a culpa é sua por não me deixar dormir. 
Sim, estou precisando do meu tempo, mas ele vai demorar muito a passar. Esta carta não é para pedir que me espere, é para te agradecer.
Sabe, pouca gente se importa com o que tenho a dizer e quase ninguém sabe o que eu penso mesmo.
Obrigada por isso.
E eu gosto de você.
Ahh, desculpe a falta de zelo, esta folha é de um caderno dos anos passados, essa caneta veio da Disney, presente da chefe, e foram as primeiras coisas que encontrei.
De vez em quando, quando penso em você como possibilidade, peço para que seja gay logo de uma vez, é que se fosse não seríamos possibilidade. Relacionamentos acabam frequentemente, boas amizades não. Eu não queria ir ao cinema e "agradeci" a cada compromisso que apareceu porque não queria estragar esse "sei lá o que" que temos. Tem me feito um bem danado.
E eu não estou mais miserável, passou faz tempo.
A sua voz é muito bonita, sua letra nem tanto, quanto ao último fator estamos quites. (hi, five!)

Beijos, Eu.

P.S.1: Me deixe dormir agora.
P.S.2: Eu passei a limpo, ainda é folha de caderno.
P.S.3: A caneta mudou, agora é azul e da China, não que a outra não fosse. 
P.S.4: Espero não te ofender com nada que disse, viva la espontaneidade.
P.S.5: Mas quantos pê-éssis não é mesmo?
P.S.6: Pode isso?
P.S.7: Foda-se, tenho licença poética.
P.S.8: Agora é sério, tchau !

quarta-feira, 17 de julho de 2013

terça-feira, 9 de julho de 2013

Seria mais fácil fazer como todo mundo faz, o caminho mais curto, produto que vende mais.

Mas nós vibramos em outra frequência, sabemos que não é bem assim.
Se fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não seria ruim.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

(Insira aqui um título)

Eu não larguei aquele cara pra ficar com ninguém da faculdade.
Eu não passei aquele batom pra impressionar aquela garota.
Eu não me perfumei para aquela outra ex-história.
Eu não estudei para responder aquele professor.
Eu não aluguei aquele livro para aquele rapaz perceber.
Eu não embebedei para fazer parte da galera.
Eu não me envolvi sob qualquer perspectiva.

Porque eu quis, dia ou outro, responde tanta coisa.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Minha revolta.

Perceba, no texto anterior o título é "." .
E por quê?
Eu não gosto e nem sei titular as coisas e agora, de acordo com o blogger ,devo titular.
Não quero dar nome a nada, nem definir nada, enquanto não me der vontade e enquanto eu não souber.
E não vou me desculpar, pois vou continuar fazendo.

.

Dia desses no trânsito .
Ah, dia desses coisa nenhuma.

Efêmero

Uma gargalhada.
Uma festa.
Um beijo.
Uns anos de escola.
Outros de faculdade.
De infância.
Uma ligação.
Uma carta.
Um filme.
Um relacionamento.
Um feriado.
Uma chuva.
Uma frente fria.
Um verão.
Outro inverno.
Uma música.
Duas músicas.
Aquela aula.
Aquele tempo.
Uma vida.

Mas e a gente ?

sábado, 29 de junho de 2013

É sobre gavetas, cara amiga, é sobre você!

Sabe, faz bastante, antes mesmo de nos separarmos efetivamente .
Antes de nos despedirmos, antes de tanta coisa.
E entre nós não aconteceu nada.
Cara amiga, há muito eu não te encaixava em lugar algum.
E então, como é conhecimento de todos, meu quarto é sempre bagunçado, um dia desses o arrumava.
Pois é e eu tenho gavetas!
Em algumas delas, guardo maquiagens, curioso, porque as que uso todo dia perambulam de bolsa em bolsa.
Em outra, cintos e bujigangas, dia ou outro uso também.
Tem um compartilhamento do guarda-roupa que é só para fotos, a minha vida fica lá.
Minha vida triste e a muito boa parte da alegre.
Tem uma que eu não sei pra que serve, fica na mesa do computador.
Veja bem, a mesa do computador nem computador tem, se ela está assim, você imagine a pobre gaveta, lotada de canetas sem tampa, panfletos, velas (oi? velas?) e pilhas enferrujadas.
A do criado mudo tem carregadores dos meus eletrônicos.
Também existem caixas, mas já te disse que é sobre gavetas.
Isto posto, queria que você soubesse que nossa relação precisa de uma gaveta, não a da mesa ou do criado mudo, mas as outras.
Sabe por quê ?
Não que o seu valor seja estimado ou equiparado ao das minhas maquiagens, só que há de se convir que cedo ou tarde vou precisar delas, serão úteis para mim, ou ainda, importantes.
Aplica-se o mesmo à de apetrechos, quase sempre são aquilo que faltavam, o elemento chave, o fundamental.
O compartilhamento de fotos me faz rir e chorar periodicamente, sentir as coisas.
Todos estes não me servem diariamente, não me suprem e as vezes, nem me fazem falta.
Só que é bom saber que eles estão ali, é bom saber que você está aí e que está bem.
Gavetas organizam nossa vida, arquivam coisas, as conservam.
Não me leva a mal por querer nos colocar numa dessas.
É só pra que continuemos bem, pra que continuemos intactas, enquanto não nos precisamos.

domingo, 16 de junho de 2013

-Fulano, por quê é que ninguém te segurou ainda?
-Porque sou egoísta e até agora tem dado certo. Eu quero ter o meu tempo de ver tv, ler meus livros, sem ligar pra ninguém, sem satisfações, eu gosto das minhas coisas, de sair com você. Com o tempo,Thaís, a gente se acostuma a ser sozinho e a gostar disso.
- Ah, tá.- um ah, tá de não sei se entendi. O sinal abriu.

E não me venha!

E não me venha questionar as coisas,
muito menos cobrar algo de mim.
Pago um alto preço,
o preço de estar só.
Então não me julgue,
não espere nada.
Por isso me escute,
não me abandone.
Discuta comigo,
as vezes, até, se declare.
Dois passos atrás.
Perfume-se.
Se puder, aguarde-me.
Mas não me venha questionar as coisas,
só porque, de fato, as modificou.

Onde é que eu estava?
Onde vim parar agora?

Onde é que eu estava?
Onde vim parar agora?

Onde é que estava eu?
O que estou fazendo agora?

I forgot, believe me or not. Just not.

-Hey
-Hey
-Sorry for this, thought you were asleep.
-It's ok, but I don't think I can handle it.
-Seriously, I can finish drinking my water somewhere else, forgive me about that, I forget sometimes,I was studying ...
-Don't you say sorry, why do you always get to say you're sorry? For this time, are you?- as he was getting closer, as he made me loose the air, loose my mind.
-I might say I'm not, then sorry for not being sorry.
-Well, I'm not sorry for not forgiving you - as he kissed my neck, messed up my hair, held me tight and made me forget about the rest, it all was happening, nothing as planned. I swear it wasn't.
I remember there was place, there was time, there was love, there was us, there we were ...
Till the morning, till the breakfast, till that shirt, till the shower, till the work, till that call, till our smiles.
Then it was evening.
What to say?
Should I say?
Should I do?
I just shouldn't.

Here is an outflow

And I don't know if John Mayer actually rocks or if I only like'm because of you.
And I don't even know if you like woman.
Also don't know how the hell you "kinda" like me, I know you like me.
It's awkward to think of us together and even more the idea of us apart.
I blame you for those doubts and forgive you at the same time, deep down I know, the way it is is good for both.
It's better 
Or has to be.
Believe me, it's hard to wake up sometimes with your image popping in my head.
Why can't you get off my head?
Can't you want me the  way I do?
What if it was me sharing that apartment, would it work ? 
Till when?
Till when for you?
Till when for me?
Till when for us?

"I kinda like you too, BT! But you'll never know"

segunda-feira, 10 de junho de 2013

E se, hipoteticamente, eu me apaixonasse por você ?
E se, hipoteticamente, essas coisinhas pequenininhas não importassem ?
E se, assim, hipoteticamente, desse certo ?
E se, por acaso, desse errado ?
E se, teoricamente, não saíssemos da teoria ?
Você não pensou nisso, pensou?
Hipoteticamente, à sua medida, está tudo perfeito agora.
E se, hipoteticamente, eu não quisesse mudar as coisas ?

pleonasmo é uma redundância propositada ou não.

domingo, 9 de junho de 2013

Eu não costumava pintar minhas unhas de vermelho.
Nem vestir preto.
Nem beber.
Nem lembrar datas de aniversários.
Nem ser sozinha.
Nem usar óculos.
Nem não escrever.
Nem não ouvir música a todo tempo.
Nem não estar com os meus amigos do colegial.
Nem várias coisas.

Velhos hábitos, te levam aonde?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Estava escrito: "Não empurre o rio, ele flui sozinho"

sábado, 25 de maio de 2013

Projeção.

Foi com os meus fones de ouvido e aquele livro repetido que encarei a viagem.
Foi com seu cabelo bagunçado que lá naquele lugar me buscou.
E a gente nem sabia o que fazer.
Eu não sabia se soltava minhas malas ou se as carregava.
Meu coturno marrom combinava com aquilo, meu shorts rasgado também e estava certo.
Não era bem sobre a minha roupa a maior aflição.
E eu só percebi quando já estava lá.
Havia um roteiro, você não sabia?
Pois devia.
A direção não era boa, e a autoria, bem, sugestiva e inverossímil.
A plateia, agora sem acento, assentada, aplaudia com os olhos.
E aquilo era um nós, o que estava dentro do meu travesseiro.
Enquanto eu quase dormia ou quase acordava.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Quando é que se usam óculos de descanso?
É porque quando eu descanso, não uso meus óculos.
Eu queria te dizer que estava mesmo na hora, aliás, tinha passado, daquilo tudo acabar.
Eu queria te perguntar até quando você pretende/dia brincar de ping-pong.
Eu queria saber discernir o que era e o que não foi real.
Eu queria ser uma mosca.
Eu não queria ser você.
E eu não gostava tanto da sua mãe.
  • Eu queria tanta coisa .
Eu queria ter dito para as meninas do cursinho que tudo bem a minha saia ser rodada, longa e jeans, eu gosto dela.
Eu queria dizer para aquela ciumenta que eu não quero e nem queria o namorado de ninguém, não sou bem como ela.
Eu queria falar para as pessoas grandes do terceiro que eu não era uma criança e sabia muito sobre muitas coisas, eles nunca foram melhores que ninguém.
Eu queria fazer minha tatuagem.
Eu queria me apaixonar de novo.
  • Eu queria tanta coisa .
Eu queria falar boa noite para o motorista do ônibus hoje, mas ele nem olhou pra mim.
Eu queria avisar para aquele produtor que eu não ia emagrecer e muito menos controlar minha dieta.
Eu queria correr mais atrás dos meus sonhos.
Eu queria saber quais são mesmo os meus sonhos.
Eu queria não ter tanto medo do julgamento das pessoas sobre mim e sobre o que acho.
  • Eu queria tanta coisa .
Eu queria te beijar.
Eu queria ter voz e não era para cantar.
Eu queria trabalhar numa ONG.
Eu queria falar francês.
Eu queria ter mais peitos.
  • Eu queria tanta coisa .
Eu queria gritar outro dia.
Eu queria ter terminado aquele livro.
Eu queria chorar noite dessas.
Eu queria tomar um porre e não me desculpar com ninguém por ter extrapolado pela primeira vez.
Eu também queria que meu pai estivesse aqui, só pra que ele estivesse aqui, com seus defeitos, pra que eu me lembrasse como era e quem sabe reclamasse dele como vocês, que ainda tem, fazem.
  • Eu queria tanta coisa.
Eu queria dar bons presentes para minha mãe.
Eu queria ser mais responsável.
Eu queria passar sem dp em cálculo.
Eu queria voltar a malhar.
Eu queria a segunda via da nota fiscal para arrumar meu celular e finalmente ouvir música em meus trajetos.
  • Eu queria tanta coisa.
Eu queria uma carona.
Eu queria chocolates e um yakissoba nessa fria noite.
Eu queria um abraço.
Eu queria rir até perder o ar como naqueles dias com a galera.
Eu queria uma bicicleta.

  • Eu queria tanta coisa.

E não queria deixar no ar nenhum tipo de pesar.
E é por isso que só queria.
E então calei e também não disse.
E não voltei.
E nem dei.

Eu queria escrever bons textos, mas afinal, eu queria tanto tanta coisa.

Você já parou pra pensar?

domingo, 19 de maio de 2013

Já ganhei um abraço,
também um beliscão.
O último trident guardado
e uma traição.

Uma queda de bicicleta,
por sorte, um coração.
Uma cantada engraçada,
bem como, já levei um "não".

Um clube fechado,
do bar uma expulsão.
Uma calçada à toa.
Houve até pegação.

Boas gargalhadas,
traga mais uma porção.
Um suco de laranja
e um cantor sem noção.

Frio numa conveniência,
pra não passar carnaval em vão.
Um salto desnecessário,
fez no meu pé um bolhão.

Não amiga, olhe bem,
ele é muito garanhão.
Veja o cara desnorteado,
dormindo naquele chão.

Chinelo de couro acabado,
pra curtir um sambão.
Um inglês bem burlado,
pra fisgar o alemão.

Tô precisando de um carro,
já perdi meu busão.
Eu aguento o pirueiro abusado,
no cursinho, é plantão.

Perdoe-me, sou universitária,
leva meu celular não.
Pediram e ela deu o cigarro,
era o único na mão.

Vamos passar lá na "Vanda",
pra comer um dogão?
Estou cheia de novidades,
abra logo o portão.

Você aí mal-humorada,
veja lá o brincalhão.
Comer pringles no parque,
aproveitar o solzão.

E daí que está trânsito?
Ouvir uma canção.
Devaneios constantes,
dia-a-dia, superação.

Virada cultural,
escolha sua atração.
Tome uma poesia,
você é do interior, então?

Uns amigos de copo.
Veja a situação.
Dizia o muro pichado:
"De todos os "Paulos", ao menos um saiu são."


Nesse mar aqui ...

E o senhor que me desculpe, Seu Cantor!

Maas 
          existe 
                    amor 
                             em 
                                   Ésse Pêêê.

Hey, vocês, pessoas normais, vocês sempre escovam os dentes antes de dormir?

sexta-feira, 17 de maio de 2013

E aí me deu um estalo.

E aí me deu um estalo.

E ai eu abri minha última matéria do caderno.
E aí encontrei esses rabiscos:
Janela de ônibus.
Temaki califórnia.
Taki nacho.
Lápis e caderno.
Chinelo.
Saia longa.
Bis branco.
Amigos.
Minha mãe.
Música.
Boa música.
Meus irmãos.
Escrever.
Minha família toda.
Aprender.
Saber argumentar.
Fones de ouvido.
Almoço de domingo.
Na boa mesmo? Comida. Muita comida.
Boa companhia.
Correr para o mar.
Árvores, um aglomerado delas, privilegiadas, pois são as únicas que em dadas condições continuam exuberantes.
Não se esqueça do céu azul.
Banho de mangueira e guerra de bexiga d'água, sem menosprezar uma piscina, mas né?
Cabelo limpo.
Fruta do pé.
Cidade grande.
Andar de bicicleta.
Moletom e chuva.
Açaí, sem leite condensado mesmo.
Viajar.
Cafuné.
Céu laranja.
Um bom show.
Tomar chuva com alguém.
Minha câmera.
Dançar (até sozinha).
Rei dos reis.
Brigadeiro.
Marshmallow.
Estar bonita e bem vestida.
Pisar nas folhas secas de outono.
Criançada.
Sol.
Amor de mãe.
Sorriso no olhar.
Projetos sociais.
Esperança.

E um mundo melhor.
E um mundo melhor.
E um mundo meu melhor.

E aí me deu um estalo.

Por um mundo melhor.
Pra que tudo fique melhor.
Pra que eu fique melhor.

E aí me deu um estalo.

E aí eu melhorei.




segunda-feira, 13 de maio de 2013

O que faz você feliz?

O que faz você feliz?
Você feliz o que é que faz?
Você faz o que te faz feliz?
O que faz você feliz, você que faz.
O que você faz pra ser feliz?
Se a felicidade voa num balão, tão alto onde de não se enxerga mais.
Mas só ela pode lhe tirar do chão.
Pra ser feliz o que é que você faz?
A felicidade está por dentro, mas não vai sair no raio x.
Você provoca os próprios sentimentos.
O que você faz pra ser feliz?
Longe, perto, dentro, tanto faz.
Quem quer ser feliz, corre atrás.
E as vezes ela está debaixo do nariz.
O que você faz pra ser feliz?

( Deve ter sido a Clarice que escreveu, ao menos, com certeza, sei que foi ela quem cantou)

Eu liguei a TV.

Hey, moça!
Não minta para mim!
As pessoas vivem mentindo, principalmente por esse meio de comunicação que te emprega.
Aliás, por todo e qualquer meio de comunicação.
Por vezes até sem meio nenhum, sem intermédio de nada.
Mente-se a todo tempo.
Mas, veja bem, não posso acreditar em você, mesmo que, por vezes, eu queira muito.
Só que você não tem esse poder e, de certo modo, é até coerente que não tenha.
Assim sendo, ainda é direito meu acordar com meus paradigmas e sonhos, curiosidades e anseios.
Percebe o "porque" ?
Você não pode simplesmente prever o tempo.
Logo, pare de tentar me ludibriar.
Não é tempo o que você chama de frentes frias e massas de calor.
Não é esse o meu tempo.
Mas a culpa não é sua.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Eu nunca tenho respostas. São só explicações.

Se você me perguntar qual é o meu time, vou dizer que meu pai costumava me vestir com roupas do São Paulo, mas nada tenho contra o Corinthians.
Se você me perguntar se sou a favor da legalização da maconha, vou dizer que talvez ela diminua o tráfico, mas indagarei se é mesmo sobre isso que estamos falando.
Se você me perguntar se concordo com a diminuição da menor idade penal, vou dizer que muitos jovens mereciam pagar pelos crimes que cometem, mas vou ressaltar que um maior investimento na educação de base provavelmente fosse a resposta para esse e 99,9% de todos os problemas do mundo.
Se você me perguntar qual a minha religião, vou dizer que sou Católica Apostólica Romana, mas vou defender que minha igreja tem suas disfunções e qualquer que seja a doutrina que seguir, não vou discutir com você desde que esta lhe ensine a se afastar do egoísmo.
Se você me perguntar qual é a minha fruta favorita, vou dizer que é maçã, mas vou explicar que esta deve estar bem durinha e que não dispenso um melão docinho, ou uma laranja, manga verde com sal, cacau com vinagre, kiwi, pêra ... tenho problemas com mamão.
Se você me perguntasse que curso eu queria fazer, eu diria Relações Internacionais, mas que só pensei nesse curso porque cogitei Direito e que na verdade, antes de tudo, pensava em Publicidade e Propaganda. (Hoje faço Comércio Exterior)
Se você me perguntar se eu sei cantar, vou dizer que gosto de cantar, que tenho voz rouca e vou guardar pra mim que la do fundo eu até gosto dela.
Se você me perguntar o nome da minha melhor amiga e excluir a possibilidade "MÃE", vou dizer que não posso classificar, pois tenho tantas ótimas amigas que seria desmerecer qualquer que seja delas, colocando uma a frente das demais, cada qual tem sua particularidade, maior afinidade sobre tais assuntos ou uma participação mais assídua no meu dia a dia e se as classifico assim ( amigas ), não há necessidade de mais especificações.
Se você me perguntar qual a minha música preferida, vou dizer que tenho um belo gosto musical e é tanta coisa boa que se me arriscar em citar um nome vou estendê-lo para uma playlist com dimensões de uma discografia.
Se você me perguntar que cor eu gosto e vestir, vou dizer que é bege, mas coral tem ficado bom e diversificar com um azul royal não é nada mal, apesar de verde ser legal, bem como rosa, branco, amarelo...
Se você me perguntar se eu acredito na vida em outros planetas, vou dizer que talvez sim, ora, é tudo tão grande e distante daqui.
Se você me perguntar por que eu nunca tenho as respostas, vou dizer que tudo é risco, e nada pode ser extremo, as opiniões devem estar em constante mutação e definir o que é certo ou errado, o que é eficaz ou não, está fora das minhas capacidades, do meu controle, de mim. 
Eu não quero assumir tais riscos.
Eu quero ter a chance de, se o mundo girar de novo, girar junto com ele.
Mudar minhas explicações, minhas visões, sem que ninguém me aponte: " Não foi isso o dito antes "

P.S.:1: O percentual apontado foi inventado agora, mas tem 99,9% de chances de ser verídico.
P.S.:2: Eu lembrei que tenho sim uma resposta. Se você me perguntar qual é a minha culinária favorita, vou dizer Japonesa, sem piscar.
P.S.:3: Obrigada por ler até aqui.


sábado, 13 de abril de 2013

Sobre escrever

Ahhhh escrever!

Releia a frase acima, caso o número de 'agás' não tenham esclarecido meu tom de carinho sobre escrever.

Veja, se escrever, segundo eu, trata-se do registro do que se pensa, tem-se o mundo.

Ora, admite-se, admito eu, que o pensamento é abstrato.

Imagine só, sermos capazes de dar forma ao intangível.

Forma escultura.
Forma som.
Forma letra.
Forma imagem.
Forma sentido.
Forma incolor.

Forma escrever.

Escultura escrever.
Som escrever.
Letra escrever.
Imagem escrever.
Sentido escrever.
Incolor escrever.

Interpretar escrever.
Não entender escrever.

Viver escrever.
Escrever viver.

Escrever escrever.

Conflitos.

Ando com conflitos, que se a mim coubesse, buscaria Freud.
Ando com antíteses oscilando.
Ando com frio.
Ando com calor.
Só não ando com sono.
Ando tranquila.
Ando sem amor.
Só não ando.
"A medida de amar é amar sem medida
Velocidade máxima permitida
A medida de amar é amar sem medida
E eu? O que faço com esses números?"
 
(Engenheiros do Hawaii, e é só)

Agarre-se!

Em que?
Ora, sei lá eu.
Em alguma coisa.
Pense um pouco.
Dona Melisa me mandou buscar algo,
que me faça entender.
E eu já entendi.








Ou não?
Óculos para descanso por meio grau de astigmatismo no esquerdo.
Caderno da faculdade.
Carregador do computador.
E você.
Seremos só nós dois esta noite.

Eu nunca saberei o que seria um bom título.

A gente as vezes escuta, mas não ouve.
Ou ouve, mas não escuta.
As vezes, você quer ouvir.
Ouvir mentiras.
Escutar histórias.
Contar histórias.
Falar mentiras.
As vezes você só não quer.
Ora quer muito e tudo.
Eu - pausa- quero a todo tempo.
Sempre alguma coisa, sempre mais.
Ouvir mentiras.
Escutar histórias.

domingo, 31 de março de 2013

Aquela multidão numa só voz, gritando com você e não por você.
Tudo por um bom show.
Os grandes filósofos já defenderam o que hoje venho dizer.
É da natureza humana a insatisfação, e daí?
Daí que você não está satisfeito, está?
A tirar por mim que vivo reclamando de fome, depois que como preciso de um doce.
Depois do doce, deu fome de novo, mas quero algo salgado, que deve acompanhar algo doce depois e assim nunca paro de comer, que dirá esse domingo de páscoa.
E acha mesmo que porque comi estou satisfeita?
A satisfação, talvez, deva ser um dos sentimentos mais breves do planeta.
Mal chega, já se vai.
Naturalmente.
Imagine um mundo onde não se quisesse nada.
Chato não?
Mas tem se preocupado em saber o que queres?
Ora, nós podemos querer qualquer coisa.
Contudo, a quantas anda a relevância de seus almejos?
Que eficácia te trarão a longo prazo?

A: Olá, como vai?
 B: Bem, obrigada e você? 
A: Também.
B: Mas quem és? 
 A: Sou o que precisas em poucas doses.
 B: Então pretendes ficar? 
A: Só enquanto precisares.
 B: Até que eu me recupere? 
A: Até que se lembre ...
 B: De que preciso me lembrar?
 A: Tu sabes ...
 B: Então porque não ficas pra sempre? 
A: Releia a quinta linha.
 B: Já entendi, mas terás mais trabalho desta vez!

No fundo você sabe ...

Lá no fundo você sabe qual o seu maior medo, no fundo, sabe sim.
 Meses atrás estava eu infeliz num relacionamento e não acabava ele por medo.
Medo?
 De ficar sozinha.
Acontece que eu já estava sozinha.
 Agora estou até teoricamente. Sozinha mesmo.
 Não tenho mais aliança. Nem namorado. Nem ninguém.
 Só que eu nem sei se eu tinha antes.
 Estou sentindo muuuuuitas saudades da época em que na prática eu tive alguém.
 Tive?
 Sei lá.
A gente se acostuma com a nossa própria solidão.
Chega uma hora que ela é conforto.
 E cá estou, resgatando-te blog, nos meus ápices de coisa qualquer.
 Esperando por turbulações de um voo que ainda não embarquei.